Encontrei nas estradas do destino
Um velhinho corcunda a caminhar
À procura, quem sabe de encontrar,
Belos sonhos do tempo de menino.
No seu corpo curvado e bem franzino
Repousavam as marcas do sofrer
Mas, contudo, querendo mais viver
Entoava em voz baixa o próprio hino.
Perguntei-lhe o porquê da caminhada
Que buscava encontrar naquela estrada?
Algo que caminhando eu não achei?
O velhinho falou-me soluçando:
Solitário eu caminho procurando
Os amores que um dia desprezei.
