A eleição de 2004, dr. Érico e a eleição de 2020, dr. Sávio Martins, suas candidaturas tiveram muitos pontos em comum: dificuldades na montagem das chapas, falta de comprometimento dos líderes que os apoiava, recursos financeiros limitados e vereadores no jogo bruto de salve-se quem puder.
Ambos foram cristianizados pelos respectivos prefeitos que os apoiavam; Érico pelo recuo de Márcio até o limite da tolerância partidária e familiar; Sávio sofreu a desfaçatez do seu patrono político, Mano Morais, enquanto participava de algumas reuniões da campanha, seus mais fiéis seguidores se bandeavam para o palanque do adversário. Todavia, o que mais chama atenção é o pós apuraçãoquando se constata que os vereadores das duas coligações suplantam a votação dos seus respectivos candidatos a prefeito em 99%das seções do município. Trabalhando com a totalidade dos votos: eleição de 2004 – dr. Érico 10.236 votos, vereadores de sua coligação 11.677, diferença em benefício dos seus vereadores 1.441 votos; a vitória de Isaac Júnior sobre Dr. Érico 894 sufrágios; eleição para prefeito 2020 (Isaac Júnior – dr. Sávio): vereadores da coligação de dr. Sávio 12.057 votos; coligação Isaac Júnior vereadores 10.990 votos; diferença em prol dos vereadores da coligação Dr. Sávio 1.067 votos. O que se observa em ambos os pleitos, 2004 e 2020, é a falta de empenho dos senhores vereadores quanto a busca de votos para seus respectivos candidatos a prefeito; isso ocorre por vários motivos: nos dois casos em pauta, os prefeitos (Márcio e Mano) se desinteressaram pelo pleito, deram um apoio velado aos candidatos; lideranças (cabo eleitoral) desertaram de seus candidatos furtivamente ou de maneira ostensiva, assumindo a candidatura adversária; os vereadores confinam-se emsuas candidaturas, deixando o eleitor à vontade para fazer a escolha do majoritário; e algo, realmente, danoso a qualquer candidatura, pouco dinheiro para atender as demandas da campanha. Quando há a presença de todas essas carências o desânimo domina a campanha, os cabos eleitorais fazem marola e o eleitor sente, de longe, o amargo sabor da derrota, e assim explícito ou sorrateiramente apelam para o voto útil. Enquanto os finórios cabo eleitorais, manhosamente, vislumbrammais quatro anos para se aproveitarem do poder.

Mário Thomás
Articulista do Espaço Buriti