PIONEIROS DA LOCUÇÃO: IRRADIADORA DE MAURITI, DÉCADA DE 1950 -1960 – 1970

Lourival Messias no estúdio e ao microfone da VOZ DE MAURITI (VM) e Valdesley Alves – Delei comentarista da VM

Nas décadas de 1950 –1960 – 1970, a comunicação radiofônica era feita pela irradiadora, A VOZ DE MAURITI, cujo estúdio ficava no prédio da Prefeitura Municipal, no segundo pavimento, (Altos) na antiga rua João Martins, nº. 19, depois rua Duque de Caxias, em homenagem ao patrono do exército brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (1803-1880); atualmente, rua Tabelião Chagas Sampaio, em homenagem ao notário do cartório do segundo ofício de Mauriti. A inauguração da VM contou com a presença das autoridades locais e convidados, entre estes se destacavam as presenças, do radialista Wilson Machado do Crato e a cantora cratense Terezinha Siebra.

A VOZ DE MAURITI, foi uma iniciativa do tabelião Chagas Sampaio, o comerciante e político João Araújo, vereador e presidente da Câmara Municipal (1950) e do advogado barrense, residente em nosso município, Dr. João Alencar, que ao se mudar de nossa cidade, vendeu sua parte ao juiz de Mauriti Dr. Jaime Rodrigues dos Santos.      A iniciativa inovadora, para época, descobriu valores voltados para a comunicação e quebrou paradigmas; programas com a locução de Chagas Sampaio, Edval Coelho e Lourival Messias, este, além de apresentar os seus programas, era produtor e técnico. Lourival iniciou na VOZ DE MAURITI, ainda adolescente, era um faz tudo na irradiadora; na locução apoiava seu Chagas e Humberto Leite; quando esse foi residir em Fortaleza, Louro assumiu seus próprios programas: “A Cidade se Diverte”, “Doa a Quem Doer”, “Cipó de Fogo”, “Natal das Crianças Pobres” entre outros. O “Doa a Quem” e depois “Cipó de Fogo”, eram programas de denúncias, realizados muitas vezes com a participação de Valdesley Alves (Delei); Valdesley, jovem estudante, intelectualmente preparado, dava o suporte necessário a Lourival Messias; ambos, combativos e, indiscutivelmente, corajosos, colocavam o “dedo na ferida” dos espertalhões, batiam de frente com poderosos, em uma época em que a lei era privilégio dos mais fortes. Também, participou da programação da VM, Adolfo Morais, fazia leitura de suas crônicas e comentários de notícias produzidas pela imprensa estadual.

Lourival Messias, jovem de classe média, alfabetizado em escola isolada, multisseriada, em que séries diferentes ficavam em uma mesma sala; Lourival, foi aluno da escola isolada dos Dantas, que funcionava em prédio da própria professora, Zefinha Cartaxo, a quem sempre dedicou respeito e reconhecimento; radialista com apenas o primário (fundamental I), trabalhou em locução em Juazeiro e foi correspondente em Mauriti dos jornais cearenses: O ESTADO, TRIBUNA DO CEARÁ e GAZETA DE NOTÍCIAS. A condição de auditada e de idealista dão Louro Messias o condão de ser colocado no panteão dos eméritos mauritienses.

Participaram como discotecários da VOZ DE MAURITI, Odeval Andrade (Deval) e Raimundo Napoleão, dando suporte, sobretudo, aos programas musicais.

Na década de 1980, com apoio do Prefeito Expedito de Oliveira Leite, (Maninho), foi instalada a Irradiadora A VOZ DO PROGRESSO, sob a direção de Odeval Andrade (Deval) e Eugênio Henrique, participavam da locução, ainda, José Jácome, Zilmário, Josa de Antônio Dodô, Marquinho (hoje Dr. Marquinho) era o discotecário.

 

 

 

 

 

 

A época, Mauriti uma cidade isolada, fim de linha, pois o acesso as cidades limítrofes da Paraíba e de Pernambuco eram muito difíceis; o acesso ao Cariri era a CE-184, pavimentação em piçarra até a BR-116.  A política local se fazia apoiada no mandonismo dos coronéis distritais, era a expressão machista mais imponente da época, a mulher, em regra, assumia o seu destino: de prendas do lar. No entanto, uma mulher rompeu a condição de simples “dona de casa”: Eli Barbosa tinha sua participação em programas da VOZ do PROGRESSO, além de participar de outras atividades sociais. Uma mulher admirável que deixara sua marca, por mais simples que tenha sido, em um mundo que precisava mudar, sobretudo no que respeita a importância da mulher, em uma sociedade machista. Tal feito, de aparência simples, mostra que “há algo de extraordinário quando as pessoas mudam, e fazem com que muitas coisas mudem ao seu redor”.

 

CARTAXO MELO

aposentado como  professor da

 UECE economista/

Analista de Planejamento

Seplag/Iplance

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