A VIDA DE PET E ECA

Pet era um menino sonhador, queria ser o orgulho de sua família, um doutor; seu pai, Exploração da Cruz, era um homem bruto, para ele os estudos não tinham futuro e colocou Pet para trabalhar todos os dias. Um dia, a caminho do roçado passou por um garoto bem vestido, banhado e perfumado, que ao ver sua situação, roupas rasgadas e pés descalços, resolveu ir falar com ele. – Onde você vai com essas ferramentas? Por acaso não estudas? Pet ficou confuso, sem saber o que responder, pois ele tinha muita vontade de estudar e aprender. Respondeu que estava indo trabalhar, pois seu pai não deixava estudar: “lápis na mão não põe comida no prato”. Brincar nem pensar. Com ele foi a mesma coisa, meu avô também pensava igual. – Mas isso está errado, você tem que estudar e brincar! Seus pais tem de trabalhar para poder te sustentar. E continuou: qual o seu nome? -Me chamo Pet e o seu? – O meu é Eca. Pet mais que depressa com medo de seu pai foi logo se despedindo, adiantou que tinha sido bom conhece-lo, ia ao trabalho, seu pai poderia reclamar. Eca não deu por satisfeito. Não conseguia imaginar o Pet com aquela enxada maior que ele, mais pesada que seus pensamentos naquele momento. Continuou insistindo querendo saber mais e mais quão sofrida era sua vida. – Espera! Preciso saber mais sobre você- E foi logo perguntando: Onde morava? O nome do pai? De sua mãe? Quantos irmãos tem? Mesmo com medo do pai, Pet respondeu todas as perguntas que seu novo amigo lhe fiz e ainda outras que não foram feitas. Tinham mais cinco irmãos que também não iam para escola e trabalhavam no cercado próximo de casa, por serem menor que ele. Sua mãe, Esperança da Cruz, ficava triste com aquela situação, não fazia nada porque temia seu pai Exploração da Cruz. Moravam no Sitio Sombrio onde nenhuma criança sabia o que era uma escola. Eca mais do que depressa, não pensou nem perguntou, pegou na mão de Pet, que logo largou a enxada, levou-o até a sua escola. Pet contou sua história;  a professora com medo da reação do pai do garoto, pediu para ele aguardar na escola porque ela ia acionar o conselho tutelar e sua vida iria mudar; ela cumpriu o que prometeu. Pet e seus irmãos começaram a estudar. Todo mês, recebiam a visita do conselho para saber como as crianças estavam. O tempo foi passando. Pet por ser muito esforçado e inteligente, conseguiu acompanhar Eca. E juntos desenvolveram um programa colocando o nome de PETECA. O PETECA começou no lugar que Pet cresceu. Conta com a participação de várias pessoas sobre a coordenação de Pet e Eca, onde conscientizam os pais ou responsáveis da importância do estudo. O lugar, agora é registrado com o nome de Esperança em homenagem a mãe de Pet. Anos se passaram, Pet casou-se e teve filhos, diferente do seu pai, Exploração da Cruz, matriculou-os na escola e pedia que todos se dedicassem para não terem a vida que ele teve. Eca continua com a missão de encontrar crianças que são exploradas pelos pais ou por pessoas mal intencionadas, mostrando a todos seus direitos e deveres. Pet fez vestibular para medicina, tornou-se um ótimo médico; ajuda a todos da comunidade Esperança e sítios vizinhos. Os filhos de Pet conquistaram suas profissões: engenheiros, advogados e professores. Trabalhavam e ganhavam excelentes salários, além de seus trabalhos, ajudavam a Pet e a Eca com o Programa PETECA, levando-o para outras localidades. Pet, feliz e

realizado, trabalhava com muita alegria e era o melhor médico da cidade e da região, amava o que fazia. Antes de morrer deixou uma lição: “Coloquem seus filhos para estudar e não para trabalhar.”

Autora

Ana Rayanne Tavares de Sousa, 7º Ano

E.E. Edson Olegário de Santana – Distrito de Coité  

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