PROFESSOR JOSÉ AMÂNCIO EM SUA RESIDÊNCIA EM UMBURANAS
UMBURANAS, nasce com a chegada das famílias Furtado e Costa, a região; na disputa com os silvícolas, expulsam os Tapuias, toma posse das terras indígenas, constrói as primeiras edificações. É um dos mais antigos distritos de Mauriti, sua ascensão de vila a distrito teve o beneplácito do prefeito da época, Manuel Santana, mediante a edição do Decreto 448, de 1938.
Em seu livro, uma brochura de vinte e três páginas: “UMBURANAS – Sua História, o professor JOSÉ AMÂNCIO PEDRO de SOUSA, nos presenteia com informações importantes sobre Umburanas, ou comodisse o Pe. João Bosco de Sousa Leite, “feito de uma memória brilhante”.Portanto, o texto a seguir, em quase sua totalidade, é obra de Professor José Amâncio Pedro de Sousa. O professor nasceu no Sítio Mororó, iniciou seus estudos em Umburanas com a professora Maria de Lurdes Osário de Lacerda; filho de Amâncio Pedro de Sousa e Maria das Dores de Jesus, compõe uma família de sete irmãos; as intemperes e as dificuldades do sertão cearense levaram Amâncio Pedro, seu genitor, migrar para o Sudoeste em busca do sonho Paulista: trabalho, conforto para a família e educação para os filhos. Em São Paulo Zé Amâncio aprofundou seus estudos; ao retornar ao Ceará, cinco anos depois, veio termina-lo em Juazeiro do Norte, onde concluiu o primeiro e o segundo graus; como já era professor nomeado em Mauriti, os estudos na terra do Padrinho Cícero contribuíram para capacitá-lo e lhe proporcionar melhor qualificação. Casou-se em Umburanas com Judite Leite de Sousa, constituiu família, tem cinco filhos: Jadson Santana de Sousa, advogado, procurador federal, mora em Brasília e trabalha no Superior Tribunal de Justiça; Jairo engenheiro agrônomo, reside no estado do Maranhão; Jarisvaldo, professor; Jacira professora, mestre em letras; e Jaime advogado, reside em Brasília e trabalha no governo do Distrito Federal.
Em 2005, o professor Zé Amâncio aposentou-se como docente; com especialização em Orientação em Saúde e Saneamento Básico, e o hábito de trabalhar, aceita o convite para prestar serviço ao Estado, no posto de saúde local, como orientador de saúde e saneamento básico.
O professor Zé Amâncio possui a paciência e a sabedoria dos mestres, apreendidas no dia a dia da atividade docente, como professor e no convívio como pai; ambas aplainaram o caminho na educação dos filhos e lhes deram a bússola que os levou para profissões exitosas.
Ao ler seu trabalho temos o sentimento de que ele transferiu para o papel sua mansidão, ao contar a história de UMBURANAS em sua pequena obra.
A EDUCAÇÃO E SEUS MESTRES
“Para os primeiros habitantes foi muito difícil. Não havia escolas públicas, somente escola particular, por acaso. Quando de passagem por aqui alguém que se mostrava ser estudado e que se dispunha a passar dois ou mais messes ensinando, aqueles de condições financeiras melhor pagavam, mensalmente, para ensinar aos filhos até que aprendessem ler, escrever e contar.
Esse professor era respeitado e chamado de “Mestre”. Era tido como o sabe tudo.
Esse tempo também ficou marcado na vida de alguém como o tempo da palmatória, uma esfera de madeira, a parte redonda com um cabo, usada para castigar aqueles que caíssem no erro.
As primeiras notícias sobre educador e a educação formal, dão conta da presença do PROFESSOR MODESTO, pernambucano, estudou em Seminário do Recife-Pernambuco, veio morar aqui e ensinava a ler, escrever e contar, as operações fundamentais. Quando uma turma aprendia, dava lugar para outra.
Os alunos na maioria eram masculinos, pois os pais não acreditavam bem em estudo para mulheres, achavam que mulher só deveria aprender serviços domésticos que não ofereciam muitas opções como hoje.
Outro mestre que emprestou seu talento às crianças de Umburanas foi “o professor JOSÉ OSÁRIO DE LACERDA, que se destacou do Sítio Mororó até Umburanas para dar aulas, nos anos de 1923 e 1924; o professor OSÁRIO DE LACERDA, “trazia consigo os filhos que estudavam na mesma turma; em sua companhia, vinha os dois filhos do sr. José Dionísio, que moravam no Sítio Umbuzeiro: Antônio Dionísio e Joaquim Dionízio, este pai da professora Dailsa, que lecionou em Umburanas em 1965. A escola funcionava na sede do distrito, na Casa Paroquial.
Em 1923, Mauriti era distrito de Milagres, em 1924 (28/03/1924) passa a condição Depois veio o professor José Osário de Lacerda que se destacou do Sítio Mororó até a Umburanas para dar aulas, nos anos de 1923 a 1924, trazendo consigo seus filhos que também estudavam na mesma turma. Com eles também traziam dois filhos do Sr. José Dionísio que moravam no Sitio Umbuzeiro, de nome: Antônio Dionísio e Joaquim Dionísio, pai da professora Dailsa que lecionou aqui no ano de 1965. A escola funciona na Casa Paroquial. Outras professoras lhe sucederam como Mestra “Salviana”, vinda da cidade de Triunfo Pernambuco a convite do Sr. José Quimquim que fazia comércio naquela cidade, trazendo de lá mercadorias em lombo de burro para a sua mercearia. De lá trazia também o famoso café da Baixa Verde que teve a maior aceitação por ser muito gostoso.
A seguir a professora Dona Moça, sendo a mesma de Boa Ventura – Paraíba, era a sogra do famoso professor e escritor Lindolfo Ramalho, no ano de 1930. Era viúva, usava óculos e, aparentemente, teria uns 60 anos de idade.
No ano seguinte, 02 de fevereiro de 1931, foi inaugurada a primeira escola pública de Umburanas, com uma solene festa na qual foi autorizado um belíssimo quadro de Santa Terezinha como a Padroeira da escola, pelo o Pe. Asarias Sobreira, pároco da cidade de milagres-Ceará.
Logo no dia 03 de fevereiro de 1931, aconteceu a primeira aula, ainda com o acompanhamento do padre, orientando a professora Aurea Augusto Leite, recém-nomeada, os alunos deveriam se comportar em sala de aula. No início de 1932, declarada a terrível seca no Ceará, o Sr. Augusto Leite retirou-se com a família para a cidade de Pacoti-Ceará, ficando a escola paralisada até o final do mês de julho de 1932, quando a sobrinha da sua esposa a jovem Francisquinha Cartaxo veio a assumir a cadeira de professora como substituta de Áurea Augusto até o mês de julho de 1943; a mesma veio acompanhada de sua irmã Adília e mais dois sobrinhos. Eram órfãs e tinham mais dois irmãos residentes em Cajazeiras-Paraíba.
Retirada da Professora
Não foi por imposição política, foi motivo de insegurança em que as encontravam na noite de 01 a 02 de janeiro de 1943, com um acontecimento imprevisto provocado por um soldado de polícia da cidade de Conceição- Paraíba, por nome José Rangel, popularmente conhecido por “Zé Dedes”, passando por aqui para vir visitar sua mãe que residia na cidade de Milagres. O mesmo encontrava-se demasiadamente alcoolizado e ocasionou as famílias uma noite trágica e pavorosa. Uma velhinha que era parteira foi vítima de um tiro dado pelo mesmo. Outros tiros foram atingir um cavalo de uma senhora que passava naquele momento e naquela noite ia visitar seus pais que residiam no Sitio Caldeirão. A senhora por nome Sulina estava grávida, residia em São José de Piranhas. Por sorte não a atingiu, somente o animal.
Essa foi a causa do afastamento da professora D. Francesinha Cartaxo Dantas, ficando a escola de portas fechadas por mais alguns dias.
Em fevereiro de 1944, assumiu como substituta Maria de Lourdes Lacerda, até o ano de 1948 quando recebeu uma cadeira de Ensino Supletivo para adolescentes e adultos, passando a substituição para Maria dos Anjos Lacerda, até o ano de 1950. a seguir assumiu a titular Áurea Augusto Leite.
Em 1954 após as eleições municipais, na gestão do prefeito José Leite da Costa (Zé Lunguinho), surgira as primeiras escolas municipais. Em 1955, quatro escolas para o Distrito de Umburanas por intermédio do vereador Horácio Leite Felipe, sendo uma para a sede do Distrito, como professora Edite de Sousa Leite, outra para o Sítio Mororó professora Maria de Lourdes Lacerda, outra para o Baixio do Mororó com a professora Maria Edite de Lacerda, outra para o Sitio Maravilha com o professor José Amâncio Pedro de Sousa.
Não havia prédios para funcionamento das escolas. Funcionavam em casas de famílias; na casa de João Felipe, na casa de Lourdes Osário, na casa de Raimundo Pereira, Baixio do Mororó, na casa de Elias Neco no Sitio Maravilha, propriedade do Sr. Antônio Felipe (Tota). Estas escolas funcionavam até a 4a série e com muita precariedade.
Além da 4a série, somente aqueles que os pais dispunham de boas condições financeira iam estudar no Patronato de Milagres, em Crato ou Fortaleza. Dependendo da família os filhos iam para seminário. As filhas em colégio de freiras para ficar menos preocupados.
Aqueles que tinham filhos estudando fora teriam que mandar uma pessoa de confiança deixar para voltar com os animais, pois os transportes mais seguros seriam de Missão Velha para frente onde passaria o Trem vindo da cidade de Crato à Fortaleza.
Curso Superior?
Somente para os filhos de pais que na época eram considerados como ricos. Mesmo assim, foram poucos os que chegaram a esse ponto de uma formatura.
A partir das primeiras escolas municipais, houve uma evolução no modo de pensar e agir das pessoas que foram descobrindo as necessidades de cada uma, daí partindo para enfrentar as lutas com garra, pois há casos que pode mais do que a lei.
Em 1966, surgiram cursos para professores regentes de classes, onde participaram Edite de Sousa Leite, Maria dos Anjos Lacerda, Raimunda Lacerda Pereira (Mundinha) e Maria Socorro Araújo Lima. Sendo uma para cada localidade. Recebia o nome de escola isolada porque funcionava em suas próprias casas. Como era em nível estadual, conhecíamos pouquíssimo da lei. Acharam que não era possível trabalhar para o estado e para o município ao mesmo tempo, sendo em horários diferentes. Com esse impasse, José Amâncio assumiu a Escola Municipal e Edite de Sousa Leite ficou com a escola estadual. Em 1963-1966, gestão do prefeito Dr. Teodorico Fernandes Teles Cartaxo a docência era exercida através de portaria municipal.
Na gestão do prefeito Adauto leite de Figueiredo, surgiram mais três escolas. Fizeram o curso de capacitação: Dolores leite Arraias, Eva Leite Santana de Morais, e Rita Risalva Leite. Duas para a sede, uma para o Sitio Caldeirão.
Como sempre se ouve falar que a Natureza se encarrega de resolver algumas coisas. Foram passando os anos, foi aumentando cada vez o interesse pelo estudo, surgindo novos professores com mais capacidade para ensinar.
Novas estruturas para a Educação
Em 1966, construíram a primeira escola pública municipal, que recebeu o nome de Joaquim Furtado Leite, gestão de Teodorico Fernandes Teles Cartaxo. Na gestão de Francisco Adailton Leite, a escola Joaquim Furtado Leite foi demolida para ser reconstruída com uma nova planta, mais moderna, porém não houve a reconstrução. No local foi construída uma Creche, na gestão de Márcio Martins Sampaio de Morais, em 2004.
A Escola de Ensino Fundamental Major Joaquim Antônio Furtado, foi a segunda a ser construída na Sede do Distrito no ano de 1976, com duas salas de aula e uma cantina. O nome da escola foi para homenagear o edificador da Capela de Senhora Sant’Ana.
Em 1984 na gestão do prefeito Expedito de Oliveira Leite, ampliou com mais quatro salas e dois conjunto de sanitários masculinos e femininos.
Em 1989 foi criado o ensino fundamental II funcionando apenas a 5a série com um parecer estadual para funcionar até a 7a série. Para ser capaz de receber o aval do (CECE) Conselho de Educação do Ceará teria que melhorar bastante eliminando a repetência e a evasão
Em 1996 foi a Escola reconhecida pelo Conselho de Educação com autorização para validar o curso de 1ª a 8ª série. Para ter validade as turmas de 1993, 1994 e 1995, foi preciso fazer provas na Escola de Ensino fundamental e Médio André Cartaxo, na sede do município, para ter a validade dos três anos. Em 1996 foi reconhecida com validade até 1999, mais uma prorrogação até 2001, em 2002 foi reavaliada até 2005.
Em 1994 a escola foi ampliada na gestão de Dr. José Marcondes Sampaio com mais duas salas de aula, mais dois portões de ferro nas laterais para melhorar a proteção do Patrimônio Público. A escola recebeu um Bebedouro com Refrigeração, Televisão e Antena parabólica e vídeo, por intermédio da Secretaria de Educação na pessoa da Secretária Ana Siqueira Leite Nóbrega.
Em 1997, foi ampliada a Escola com mais duas salas de aula, a murada de um metro de altura em volta da escola, na gestão de Dr. Márcio Martins Sampaio de Morais.
Em 2002, foi ampliada com mais duas salas de aula formando um total de 12 salas”. (Texto básico do prof. José Amâncio)