ALZIRA FREITAS TACQUES

Mãos que sois como as hóstias dos sacrários,
Crismadas de orações… Mãos macilentas
Que o turíbulo ergueis das rezas lentas
Na virgília de claustros solitários
Mãos de gaze, mãos místicas, mãos bentas.
Feitas para bordar escapulários
E acender nas trevas alampadários,
Da tentação e do pecado isentas.
Mãos de virgens, de veias cor de olheiras,
extrema-unções de arminho, mãos benditas,
trêmulas mãos de maceradas freiras.
Adoro-vos assim brancas, piedosas,
mãos de monjas, a pedir por nós, contritas,
No mistério das celas silenciosas….
São Borja/RS,1913 – Porto Alegre/RS, 1976

ALZIRA FREITAS TACQUES – POETA