MAURITI, MULHERES QUE FIZERAM HISTÓRIA

No número 02 dessa revista eletrônica tive a oportunidade de abordar, na coluna, MAURITI, MULHERES QUE FIZERAM HISTÓRIA, a importância e o papel da primeira vereadora de Mauriti, MARIA PEREIRA DE ALENCAR, DONA MAROQUINHA; hoje foco na educação, sem ordem de primazia ou relevância, entre as educadoras de então, o papel e a importância de uma grande mestra: a PROFESSORA MARIA STELA MARANHÃO.

Dona STELA MARANHÃO, como era conhecida popularmente, nasceu no Sítio Coité, em 28/10/1928, então distrito Milagres, em face do decreto 2634, de 06/10/1028, que regride Mauriti, mais uma vez, a condição de distrito. Filha de Pedro Maranhão de Lacerda, agropecuarista, e Rosa Leite de Figueiredo, prendas do Lar, foi batizada na Capela de N. S. da Conceição do Coité; compõe uma prole de cinco irmãos: Manuel Furtado Maranhão, agropecuarista, Dr. José Furtado Maranhão, Promotor de Justiça, Pedro Maranhão Filho, Contabilista, e do segundo casamento do seu pai com a Sra. Joana Maranhão Sobrinha, teve mais dois irmãos: Francisco Furtado Maranhão contabilista e agropecuarista, e Walter Furtado Maranhão agropecuarista.
Aos nove anos de idade órfã de mãe, passa aos cuidados de sua tia e madrinha, Maria Concebida Maranhão, estudou na escola local da Professora Maria Sacramento do Nascimento e também com o Prof. José Maranhão Silcon, aprendeu as primeiras letras e rudimentos de humanidades; aos 15 anos foi estudar no Colégio Santa Teresa de Jesus em Crato, em companhia de algumas primas; no percurso Mauriti-Missão Velha ia acompanhada de seu pai, em lombo de cavalos, em Missão Velha pegavam o trem para o Crato. No Colégio Santa Teresa cursou até a então 4ª Série Ginasial, que hoje corresponde ao 9º ano do Ensino Fundamental. Ao concluir o curso ginasial, em Crato, se transferiu para a capital Fortaleza, indo estudar no Colégio Imaculada Conceição, onde fez todo o ensino médio, no caso o curso Normal, profissionalizante, tendo recebido o diploma de Professora, habilitação ao Magistério, em 1951.
Ao retornar ao Coité, contraiu matrimônio com seu primo legítimo, José Dionísio Maranhão, conhecido por Zeca Dionísio, agropecuarista; ao tempo que se dedicou ao magistério, e a causa da educação, fundou a Escola N. S. de Fátima, no distrito do Coité; a princípio era particular, para ensinar aos seus irmãos e aos filhos dos demais parentes e amigos, que lhe pagavam como podiam. Em 1953, através de concurso público, ingressou, mediante contrato, no quadro do magistério da Secretaria de Educação do Estado do Ceará; o que proporcionou a oficialização da escola por ela fundada, transformada, agora, em escola Isolada Estadual.
Como professora passou, também, a dedicar-se aos serviços da Igreja, já que desde Fortaleza participava da Legião das Filhas de Maria, e como estudante colaborou na festa da fundação da Paróquia da Imaculada Conceição em Mauriti, 1943; e de modo especial sempre se dedicou a capela da Imaculada Conceição do Coité, aperfeiçoando algumas devoções sacras, como: o terço do rosário no mês de outubro, devoção ao mês de maio, os exercícios marianos, peregrinação de Nossa Senhora nos lares Coiteenses e adjacências, o Natal em Família com a visita do Menino Jesus nos lares; funda a Catequese renovada para a 1ª Eucaristia e a Crisma, a Cruzadinha Eucarística de Cristo, Pastoral da Criança. Com o pai, seu esposo e seus irmãos foram responsáveis pela manutenção da Capela, do Coité até 1993, inclusive hospedavam os Bispos e os Padres que visitavam o Coité.
Do casamento da professora Stela Maranhão com o primo Zecca Maranhão nasceram as filhas: Rosa Maria Maranhão de Lacerda, odontóloga, casada com o Sr. Antônio Neto de Lacerda; Hortênsia Maria Maranhão de Brito Bezerra, Advogada e Psicóloga, casada com Francisco Willian Brito Bezerra, Engenheiro Agrônomo e Filósofo; Maria Lírio Maranhão de Oliveira Castro, Pedagoga, casada com o Raimundo Nonato de Oliveira Castro, Geografo; Joana Orquídea Maranhão de Oliveira Santos, formada em Química, casada com o Sr. Sérgio Oliveira Santos, contabilista; e o filho, Joaquim Gerânio Dionísio Maranhão, agropecuarista, casado com Cícera Maria Maranhão de Lacerda, prendas do lar.
A professora Stela Maranhão foi uma mãe dedicada, orientou com competência a educação das filhas; como católica elevou o nível de sociabilidade da comunidade do Coité e adjacência, através da promoção das devoções sacras, sobretudo uma empreendedora em relação as coisas da igreja; como ser humano foi magnânima, acolhendo em sua casa, quando no Coité não havia posto de saúde, doentes, principalmente as crianças, para realização dos primeiros atendimentos: aplicação de injeção, medição de temperatura, alguma dor, onde já saia medicadas; com seu esforço conseguiu que o poder público construísse o Posto de Saúde do Coité, cujo o terreno foi doado por ela e seu esposo.
Pelo seu trabalho, dedicação a sua gente tem recebido algumas homenagens: Câmara de Vereadores de Mauriti, lhe conferiu a Comenda Buriti Grande; a Paróquia de N. S. da Conceição de Mauriti, três Certificados de Honra ao mérito e gratidão pela Pastoral da Criança, noite das Senhoras e pela Capela do Coité.
Contudo, a mais importante homenagem que dizia ter recebido, foi o reconhecimento de seus ex-alunos, que durante mais de quarenta anos ajudou a transformá-los em cidadãos, em homens cívicos; como educadora era reconhecida pelo rigor disciplinar, pela proficiência nas lições que ministrava a seus alunos, mais sobretudo pela generosidade como mestra.

JOSEFINI DANTAS – ARTICULISTA E MEMORIALISTA DO ESPAÇO CARIRI – ESCREVE SOBRE A MULHER MAURITIENSE

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