Os dias atuais nos impõe a polarização ideológica, “nós contra eles”; a internet transformou-se em espaço de troca de desaforos e veículo de propagação de fake news: esquerda e direita, em voos rasos sobre a política, acusam-se, mutuamente, cujo o discurso se funda no maniqueísmo bolsonarista e ou na idolatria do lulupetismo. Para melhor enxergar essa jaula ideológica algumas considerações do sociólogo e jornalista peruano, José Carlos Mariátegui que fala sobre a direita fascista ao citar Cayetano Polvorelli, um destacado membro do “fascismo” italiano: “É uma milícia civil, cujo o propósito é defender o país, especialmente neste momento em que a propaganda leninista é mais ardente”. Essa é a bandeira, enfrentar a corja esquerdista e seus fantasmas, acrescenta Mariátegui “Creem que o interesse nacional é superior aos interesses pessoais, aos grupos e as classes, às próprias contingências de uma geração inteira no interesse das gerações futuras”. “Não acreditam no pacifismo, creem que os conflitos se contêm, se transformam, não se suprimem”. Está aí a gramática do discurso bolsonarista contra as restrições defendidas pela ciência no combate ao covid: “não evitar aglomerações, não impor uso de máscaras e vender a ideia de tratamentos precoces”; as receitas do executivo levaram ao relaxamento de algumas medidas, culminando com a morte de mais de seiscentos mil brasileiros.
Como contra ponto ao fanatismo bolsonarista, se apresenta a seita lulopetista, admiradora e parceira de regimes autoritários como Cuba e Nicarágua que mantém suas economias em estado de inanição, enquanto buscam remendar seus sistemas econômicos com discursos socialistas, apoiados em ações autoritárias. Perderam a compreensão dos valores da quarta revolução industrial, negam a ciência, se distanciam das conquistas individuais e da democracia. Olvidam o que ocorreu com os regimes comunistas, como observa o filósofo Roberto Bobbio: “a Revolução Russa, que prometeu a emancipação dos pobres, oprimidos e “miseráveis da terra”, se mostrou uma catástrofe”; os países que fizeram a opção pela esquerda autoritária vivem em processo de decomposição, seja econômica seja democrática. Ainda por cima seus líderes não têm autoridade ética, nem moral para serem respeitados como lideranças política, algo que não se impõe artificialmente ou burocraticamente.

MÁRIO THOMÁS – ANALISTA POLÍTICO