
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA, OLHO D’ÁGUA
Antes de examinarmos o tema educação no distrito de OLHO D’ÁGUA, discorreremos sobre sua novíssima história: em 2003, pelo Decreto-lei número 34, de 09 de dezembro, sancionado pelo então prefeito Márcio Martins, foi criado o distrito; a lei número 520, de 12 de dezembro de 2003, ratifica o decreto em apreço e adota outras providências, inclusive seu desmembramento do distrito de São Felix. Tem papel importante na campanha para transformar a Vila Olho D´Água, o então vereador CHAGAS MOURA, apoiado pelas lideranças da localidade. Abaixo foto do ex-vereador FRANCISCO DAS CHAGAS MOURA, parlamentar municipal por vários mandatos, bravo lutador pela emancipação do hoje distrito do Olho D’Água; ao lato da foto o fac-símile do DECRETO-LEI 034, de 09 de dezembro de 2003, que cria o distrito.


FRANCISCO CHAGAS MOURA —- DECRETO-LEI 034 DE DEZEMBRO 2003
OLHO D’ÁGUA, tem seu berço histórico na Igreja Católica e na formação educacional, a comunidade nasce no entorno da casa onde foi realizada a primeira missa e acolheu, também, sua primeira escola pública; tinha como primeira professora MARIA TEREZA DE JESUS. A localidade pertencia ao distrito de Mararupá, hoje São Felix, que se apropriava das ajudas, poucas, que eram repassadas pela PREFEITURA.
O casal DOMINGOS CORREIA e RITA ALVES MAIA, fundadores da comunidade de OLHO D’ÁGUA; DOMINGOS CORREIA, em comunhão com as famílias tradicionais: CORREIA, SOUSA, FLANDEIRO, PENTEADO, ALVES, deu o start para a criação e consolidação de OLHO D’ÁGUA como VILA; outros nomes foram importantes na consolidação da história da localidade: JOÃO JOAQUIM DE SOUSA, JOSÉ JUSTINO DINIZ, FRANCISCO DAS CHAGAS MOURA E JOÃO PEDRO.
A partir daí surgiram lideranças política como o ex-vereador CHAGAS MOURA, entre outros que muito contribuíram para a consolidação e desenvolvimento do distrito.
O nome OLHO D’ÁGUA, como registra a professora ROSA MOURA: “Domingos Correia, nas suas andanças pelas terras da redondeza, descobriu que aquele local era rico de nascentes, água à flor da terra, assim denominou o lugar de OLHO D’ÁGUA”.
A expansão da agropecuária da região de São Felix, a partir dos limites intermunicipais com Barro-Ce, no Sítio Angico, em busca de pastagens nativas, nas invernadas, em direção a Anaua, foram palmilhando caminhos, abrindo passagens, formando caminhos permanente, à medida que os animais e seus tangerinos cruzavam o hoje, distrito do Olho D’Água. De maneira que com o passar dos anos Olho D’Água foi incorporando a sua área distrital as localidades de: Sítio-Angico, Pará, Frecheiras, Cajueiro de Cima; assim, ficou determinada a área de abrangência do mais novo distrito de Mauriti, em 12 de dezembro de 2003, pela lei 520/2003.
EDUCAÇÃO
LOCAL ONDE FUNCIONOU A PRIMRIRA ESCOLA

CASA ONDE FOI OFICIADA A PRIMEIRA MISSA E INSTALADA A 1ª ESCOLA
A escola funcionava em residência particular, prédio acima, como toda escola isolada da época; em regra quem frequentava esse tipo de escola era a classe média baixa, daquele tempo, pois o pobre como se dizia, na maioria das vezes sentia-se apartado do mundo da escola; iam para o cabo da enxada, acompanhava o chefe da família em seus afazeres; no seu próprio roçado ou atendendo ao patrão na labuta diária; os ricos estudavam em boas escolas, geralmente, em municípios mais desenvolvidos como Crato ou Cajazeiras, os seminários e escolas religiosas eram os preferidos.
O primeiro esforço de implantação do ensino para os jovens da comunidade de Olho D’Água, foi do senhor Hermenegildo Alves de Andrade que levou da sede do município de Mauriti uma professora particular, para ensinar aos seus filhos; a escola funcionava em sua própria residência; em um processo de cota, cabia aos vizinhos uma vaga para um dos filhos. O senhor Hermenegildo, posiciona-se como líder da comunidade, o que eleva seu prestígio junto aos chefes políticos do município, assim, em 1947, na gestão do prefeito José Alfredo (1947-1948), é nomeada a primeira professora municipal para a comunidade de Olho D’água; a nomeação recai na pessoa da professora MARIA TEREZA DE JESUS; nessa época a rigidez disciplinar se baseava no uso da palmatória, ou ajoelhar o desobediente sobre grãos de milho.
Outra professora das mais antigas do Olho D’Água foi a mestra MARIA LOURDES SOUSA, ingressou no magistério como professora do MOBRAL – O Movimento Brasileiro de Alfabetização, programa de alfabetização funcional e de educação continuada para adolescentes e adultos, órgão do governo brasileiro, instituído pelo decreto nº 62.455, de 22 de Março de 1968, na DITADURA MILITAR, no governo COSTA E SILVA; o MOBRAL, criado pela ditadura militar, que teve início em 1964, ocorreu em substituição ao método de alfabetização de adultos preconizado pelo educador Paulo Freire.


PRIMEIRA PROFESSORA MARIA TEREZA DE PROFESSORA MARIA LOURDES DE
JESUS OSOUSA
Com a transferência da professora Maria Tereza, para Olho D’água, a escola da comunidade passou a ser regida pela filha do senhor Hermenegildo, de nome Licor.
Com o crescimento da comunidade, foi construído um prédio, com apoio do líder político de São Félix, Alexandre José de Sá, com apenas uma sala de aula, com a denominação de Escola José Joaquim de Sousa. O crescimento econômico do Olho d’Água, e a pressão política da comunidade liderada, à época, pelo vereador Chagas Moura, levou o prefeito ADAILTON LEITE (1989-1992) a negociar com a comunidade o prédio de uma antiga fábrica-casa de farinha, para adaptá-la e utilizá-la como unidade escolar. Após a votação entre três pessoas, com serviços prestados a comunidade, foi escolhido José Joaquim de Sousa para dá nome à escola; o senhor José Joaquim de Sousa foi líder comunitário, representante sindical, do juizado de menor; era uma pessoa acolhedora e prestativa com às famílias da localidade.
Na década de 1980, ingressou nos quadros da Escola José Joaquim de Sousa, a PROFESORA SEBASTIANA SOBRAL E SILVA, QUINHA, que ao se aposenta e é agraciada pela sua diretora com CERTIFICADO DE RECONHECIMENTO pela sua dedicação, ver abaixo:


PROFESORA SEBASTIANA SOBRAL E SILVA, QUINHA, AO LADO DO CERTIFICADO
Na época foram selecionados os primeiros funcionários para trabalhar na escola: Francisca de Araújo Moura – diretora; Maria Edjaneide de Sá, Sebastiana Alves Sobral, Francisca Felix Bezerra, Maria Eronildes Pereira; professoras das 1ª e 2ª séries e Francisca Francilene – professora do ensino infantil.
A escola contava com quatro salas, duas cantinas, funcionava em três turnos: manhã, turno intermediário e à tarde; eram turmas do ensino fundamental e da educação infantil, uma estrutura física com duas cantinas, almoxarifado e dois banheiros, feminino e masculino.
Essa escola funcionou por vinte e três anos, em um processo crescente de deterioração, em 2009, para atender a política estadual de informatização das escolas, foi separada uma sala para informática, forrada com gesso, porém só veio funcionar para acesso dos alunos, dois anos depois, em 2011, mas apenas por um semestre.
Na gestão ISAAC GOMES DA SILVA JÚNIOR, (2005-2012), atendendo a demandas da comunidade de Olho D’Água e pedidos da diretora da escola Maria Evylana Alves de Araújo, apoiada por lideranças locais, Antônio Azevedo e Mario Flávio Dias; o prefeito Isaac Júnior, mediante emenda parlamentar do deputado José Guimarães, conseguiu recursos para construção de duas escolas: uma na sede do município e a outro no Olho D’Água; a escola do Olho D’água foi construída em face das precárias instalações do antigo prédio e da impossibilidade de ampliá-lo, uma vez que o mesmo ficava localizado parede e meia entre duas residências.
A construção da nova escola teve início em 2010, começou a funcionar em 1º de agosto de 2012; a escola tem planta padrão MEC, sua arquitetura e funcionalidade modernas, destoa das demais escolas municipais; são seis salas de aula, biblioteca, sala de informática, banheiro masculino e feminino, cada um com três boxes (divisórias), sala para merenda, secretaria com divisões: sala dos professores e diretoria; almoxarifado e sala de arquivo, cantina; espaço amplo para recreação e pátio coberto; possui laboratório de informática, sala climatizada com dez computadores.
A escola José Joaquim de Sousa, conta em seu quadro de servidores: doze professores, nove auxiliares de serviços gerais, duas merendeiras, um vigia e um porteiro. Dentre as servidoras da Escola, temos a presença de FRANCISCA EDNALVA DE SOUSA, NETA DE JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA, que dá nome à escola
A ESCOLA JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA, funciona em tempo integral, administra uma comunidade discente de noventa e quatro alunos, com refeição e merenda, fornecidas pela escola.
O atual diretor, LAÉRCIO MARTINS, com apoio de sua coordenadora
SOCORRO FRANCISCA, LUANA, demais professores e servidores administram uma escola exemplar e admirada; o diretor Laércio é seu nono dirigente, antes dele dirigiram a escola os professores e professoras: Lucas Moura, Maria Ecicleide, Mário Flávio, Maria Evilana de Araújo, Maria Edvania Alves de Sá, Francisca Edileuza, Francisco Edson de Moura e Socorro Francisca de Oliveira.
LUCIANA SOUSA, conhecida como Mary, professora polivalente da E. E. Fundamental, JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA, de primeiro ao quinto ano, há mais de vinte anos. Graduada em Biologia e Química, pós graduada em Psicopedagogia. Durante vinte anos Mary e seus colegas de magistério têm se esmerado para dar seu contributo a educação da comunidade; com isso têm elevado o padrão de ensino do E.E.F, José Joaquim de Sousa; oferta ao educando uma educação que o prepara para a vida; a destreza para o trabalho, em um mundo em transformação que exige o exercício da cidadania, integração entre a família e a escola e parcerias com a comunidade.


DIRETOR DA ESCOLA JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA,—— PROFA. LUCIANA SOUSA
LAÉRCIO MARTINS E A COORDENADORA
SOCORRO FRANCISCA, LUANA
A unidade de ensino ao proclamar sua missão, registra que a ESCOLA JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA: “contribui com o crescimento educacional de nossas crianças, ampliando e aprimorando o seu saber a cada dia, com professores competentes, enfrentando os desafios e dificuldades vivenciadas no nosso dia a dia.
Alguns mestres adiantam que: “além do desafio com o aprendizado da criança, enfrentamos na nossa escola um grande problema, que é a falta d’agua, que vem afetando e muitas vezes prejudicando nosso trabalho”.
CULTURA
OLHO D’ÁGUA é rico em produção artezanal, sobretudo, pintura, bordados, confecção de enchoval para batisados e casamentos, cassuá, confeccionados por Zé de Til, entre outros.



São pessoas talentosas como, Mãe Chicola, D. Lurdes, Zeli, Dourinha, que elevam o nome do didtrito, através de seus trabalhos: com bonecas de pano, pintura, bordados e confecção de enxoval para batizados e casamentos.
A Escola José Joaquim de Sousa, além da educação, presta seu contributo a comunidade em manifestações culturais: dança, artes e a música; bem como na interlocução com a reliosidade de sua gente na realização das festas juninas, semana cultural; as festas religiosas tem como centro a capela de Nossa Senhora da Conceição, com animação da banda cabaçal do distrito.
A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, foi construida a partir de um movimento encetado pelo casal JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA e sua esposa JUSTINA MARIA DE JESUS; o casal mobilizou os moradores, em mutiram buscaram ajuda para a empleitada: contaram com o apoio da família Penteado que doou o terreno e a comunidade construiu a capela. A primeira missa foi celebrada no dia cinco de maio de 1988, pelo Rev. Padre Vicente. A comunida irmanada já ampliou os espaços de reliosidade em torno da igreja: Salão Paroquial e a casa Paroquial para os trabalhos de pastorais.
A BANDA CABAÇAL, se constitui em ícone histórico, cuja raízes se encontra na Península ibérica e Portugal, veio para o Brasil nas primeiras expedições portuguesas; essa banda símbolo de tradições é filha da religiosidade. Em Olho D’Água encontrou seus patronos nas pessoas de: JOSÉ BATISTA, XAVIER, PEDRO SOUSA E CAZUZA.

BANDA CABAÇAL DO DISTRITO DO OLHO D’ÁGUA
A banda cabaçal remota aos anos 1930 do século XIX, quando um estudioso se deparou no Crato-Ce com uma pequena banda musical. Portanto, como diz Emiliano Menezes Braga, em A MÚSICA DO COMEÇO DO MUNDO: “Entender a cultura é rastrear a história do próprio homem, seja nas suas manifestações mais elaboradas, seja nas suas manifestações mais espontâneas. Da espontaneidade do povo emerge uma cultura que se fundamenta em níveis que se interpenetram. O que é do povo não requer assinaturas, a autoria dilui-se entre todos os membros do grupo. É pela boca – a – boca e pela imitação que a cultura do povo atravessa os tempos”. ASSIM, SE MANTÉM AS BANDAS CABAÇAIS.

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, PADROEIRA DO DISTRITO
ECONOMIA DO DISTRITO
A economia do distrito do OLHO D’ÁGUA tem como base a exploração agropecuária de subsistência: pequenos animais, criação extensiva de bovinos e a produção agrícola de milho, feijão e mandioca; mesmo, assim, o distrito é o maior produtor de farnha, goma e fécula. As casas de farnha do distrito impulsionavam o plantio de mandioca e promoviam a produção, elevaram Mauriti ao patamar de maior produtor de farinha e goma do Cariri Oriental; Leônnidas Araújo que assumiu a casa de farinha do seu pai e mantém a tradição com os filhos tocando o negócio, envolve a terceira geração da família ARAÚJO. (prédio abaixo)

CASA DE FARINHA DO SENHOR LEÔNIDAS ARAÚJO E FILHOS
Nos anos 2.000, gestão do então prefeito Márcio Martins, atendendo a política de incentivo do Governo Estadual, foi encaminhou ao Banco do Nordeste, projeto para instalação de uma fecularia na comunidade do Olho D’Água; no entanto sua instalação só ocorreu na administração do PT, governo Isaac Júnior. O funcionamento da fecularia gerou efeitos para trás levando o agricultor locar a plantar mais mandioca; com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, sobretudo assistência técnica, houve uma grande melhoria das sementes, aumento da produção, etc. Não obstante, como efeito colateral algumas pequenas casas de farinha encerraram suas atividades e por consequência, um certo desfavorecimento ao plantio de mandioca. (abaixo prédio onde funciona a fecularia)

AGRO-INDUSTRIAL DE FECULA DO DISTRITO DO OLHO D’ÁGUA

FRANCISCO MELO CARTAXO
Professor da UECE economista/
Analista de Planejamento
Seplag/Iplance – aposentado